Confira a opinião do deputado estadual e 1º vice-presidente da Alesp, Gilmaci Santos
Portugal, Espanha, Itália, França, Alemanha, Polônia, Suécia, Hungria… a lista de países europeus que têm aderido à política conservadora dos partidos de direita não é nada pequena. A direita já tem representação parlamentar por todo o continente europeu; em alguns países, o próprio Governo é conservador. A crise de refugiados, o aumento nas contas de luz e a inflação recorde são apenas alguns dos motivos que têm colaborado para isso.
Uma das mudanças políticas mais marcantes dos tempos recentes nesse sentido aconteceu na Itália, no final do ano passado, com a eleição de Giorgia Meloni. A primeira mulher a governar o país foi ministra do conservador Silvio Berlusconi e ficou em primeiro lugar nas eleições nacionais.
E parece que essa guinada para a direita é uma tendência definida por lá, já que os conservadores têm atendido às necessidades que os europeus têm no momento.
E como ficam as coisas nesse âmbito aqui pela América do Sul?
No início do século, a esquerda latino-americana ascendeu ao poder em grande parte do nosso continente, na chamada por muitos de “onda vermelha”, mas perdeu força na última década.
No Chile, por exemplo, um país em que a esquerda ganhou a presidência em 2021, a direita teve uma vitória expressiva na eleição de maio último para a Constituinte do país. Ou seja, a direita vai comandar o colegiado que terá como função redigir a nova Constituição chilena.
No vizinho Paraguai, a últimas eleições também mantiveram a direita no poder – a quem diga que a maioria dos paraguaios tem pavor da esquerda.
Analistas também acreditam que não se pode descartar uma derrota da esquerda nas eleições presidenciais de outubro próximo na Argentina.
No Peru, escândalos de corrupção fizeram com que o país se somasse a outros péssimos exemplos de governos de esquerda na América do Sul, como Venezuela, Cuba e Nicarágua, países com economia decadente e falta de liberdade democrática.
Tudo isso gera pavor nas nações vizinhas, e não seria surpresa se o pêndulo político se movesse para a direita em nosso continente, gerando assim uma “onda conservadora” na América do Sul.
No Brasil, desde janeiro, a esquerda está de volta ao poder, mas não sem uma disputa acirradíssima com a direita nas eleições de outubro passado. E, de acordo com uma recente pesquisa de avaliação sobre os cinco primeiros meses do novo governo, a taxa de aprovação está apenas 10% acima da taxa de reprovação, além de estar praticamente empatada com a taxa dos que estão no meio-termo.
Para onde será que o pêndulo vai se mover em nosso país?
*Gilmaci Santos é deputado estadual pelo Republicanos, 1º vice-presidente da Alesp e presidente da Comissão de Finanças e Orçamento da Casa