Institutos também apontam que lideranças políticas femininas contribuem ainda para diminuir mortalidade materna, gravidez precoce, casamento infantil e para expandir a cobertura vacinal
Um estudo publicado pela revista Health Affairs, de autoria de pesquisadores da Universidade Federal da Bahia (UFBA), Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Universidade dos Andes e Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) revelou que em municípios com prefeitas mulheres, a taxa de mortalidade entre crianças com até 5 anos de idade é menor do que em locais onde os gestores são homens.
Segundo a pesquisa, entre 2000 e 2015, a taxa, calculada a cada 1 mil nascidos vivos, caiu de 25,1% para 13,6%, em 3.167 municípios analisados. No período avaliado, a participação feminina em prefeituras foi ampliada de 4,5% para 9,7%. Aos dados também foi atribuído o número de mulheres no Poder Legislativo, considerando deputadas estaduais e federais.
Os institutos também apontam que lideranças políticas femininas contribuem ainda para diminuir índices como mortalidade materna, gravidez precoce, casamento infantil e para expandir a cobertura vacinal.
Mas por que estes resultados estão atribuídos as mulheres? Especialistas que estudam as melhores práticas de gestão, estão provando que comandar um país ou uma empresa na base da imposição da visão de uma única pessoa não gera os melhores resultados. Entende-se que cada vez mais, os bons líderes devem ter características que são mais comumente associadas às mulheres, como a empatia e o cuidado.
Uma prova disso é outra informação da pesquisa: políticas públicas e ações voltadas para a saúde e a educação foram marcadas como prioridade por 85% das prefeitas ouvidas pela entidade. Para 32% delas, a assistência social é outro setor que merece um olhar mais cuidadoso.
A empatia tende a ser uma característica mais comum nas mulheres do que nos homens. É o que concluiu um estudo com 46 mil pessoas feito em 2018, pela Universidade de Cambridge, na Inglaterra.
Contudo, o maior ganho é para a população, para crianças e pessoas em condições de vulnerabilidade. Na Câmara, realizei a Indicação 23/2020, que sugere a retomada e ampliação das atribuições dos Comitês de Investigação de Morte Materna e Neonatal.
De acordo com o Ministério da Saúde, aproximadamente 92% das referidas mortes são consideradas evitáveis. O indicie de mortalidade está em 64,5 óbitos para cada 100 mil nascidos vivos — número superior a meta firmada com Organização das Nações Unidas (ONU), que é de 30 óbitos para cada 100 mil nascido vivos até 2030, conforme os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável.
As razões para a mortalidade infantil podem ser inúmeras, mas mulheres no âmbito Legislativo e Executivo, assim como já apontam as pesquisas, podem contribuir para a elaboração de políticas públicas concretas e ações sociais dando maior cuidado a essa área. A participação da mulher na política, portanto, é imprescindível. Por isso, mais uma vez, reforço o convite para que as Mulheres Republicanas juntem-se a nós nesta luta. Este ano temos a oportunidade fazer a diferença por meio das eleições. Juntas somos mais fortes!