Secretário acompanha equipe do Programa Recomeço na abordagem a dependentes

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A SEDS ampliou em 36% o número de agentes sociais nas ruas. Eles buscam motivar usuários de drogas a aceitar voluntariamente atendimento para se livrar do vício.
O Governo do Estado de São Paulo, por meio da Secretaria de Desenvolvimento Social, reforçou ação na área da Nova Luz. Pelo Programa Recomeço, agentes de abordagem incentivam usuários de drogas em situação de rua a aceitar tratamento voluntariamente. A equipe que era de 50 agentes sociais passou a ser de 68 pessoas, um aumento de 36%.
A expectativa é que 600 dependentes sejam abordados por mês. O trabalho reforçado, que iniciou às vésperas do Natal, é realizado pelo Instituto Mensageiros. As equipes de rua desenvolvem vínculos com os usuários, mapeando a população e sua trajetória de vida, como forma de terem oportunidade para falar dos serviços disponíveis de atendimento.
Após o convencimento, o dependente é encaminhado inicialmente para o Centro de Referência de Álcool, Tabaco e Outras Drogas (Cratod), onde será avaliado e conduzido ao atendimento necessário.
HAMAM_recomeco_internaRogerio Hamam, secretário de Desenvolvimento Social, esteve com os agentes no primeiro dia de atuação nas ruas. Ele destacou a importância de cada agente de abordagem, que vão representar as mãos estendidas do Governo do Estado para essa população altamente vulnerável. “Estudos apontam que o Brasil é o maior consumidor de crack do mundo. O Recomeço é um programa inovador que permite ao dependente químico acessar serviços para sua recuperação e ressocialização”, explicou.
O convênio com o Instituto Mensageiros terá duração de um ano, podendo ser renovado por mais um. Os agentes são facilmente identificados pela camiseta que tem o nome do Programa Recomeço, facilitando tanto para a população que buscar orientação como para os dependentes que forem abordados.
Além do trabalho nas ruas, a entidade acompanha e capacita os agentes sociais, sempre tendo como foco a recuperação do dependente químico. “É relevante destacar a importância do trabalho com as famílias, para que o usuário retorne para casa e deixe de vez o vício, integrando-se novamente na sociedade”, afirmou o secretário.
Antes do Instituto Mensageiros, o trabalho era desenvolvido pela Missão Belém. Em um ano, a entidade fez 4,4 mil abordagens que resultaram em encaminhamentos para a rede de serviços. Destes, 12% permanecem em acolhimento.
Programa Recomeço
O Programa Recomeço de enfrentamento ao crack é uma ação do Governo do Estado de São Paulo que integra as secretarias de Estado de Desenvolvimento Social, Saúde, Justiça e Defesa da Cidadania. Com início em 2011, tem por objetivo a execução de ações de prevenção, tratamento, reinserção social, acesso à justiça e cidadania, redução de situações de vulnerabilidade social e de saúde para os usuários de substâncias psicoativas, especialmente o crack, e seus familiares.
Nesta parceria, é papel da Secretaria de Desenvolvimento Social o atendimento social dos usuários de substâncias psicoativas. O trabalho teve início na capital paulista, a partir do convênio com a Associação Missão Belém (com serviço de abordagem social nas ruas) e o Instituto Mensageiro (com a implantação da Unidade Social no Cratod, criada para receber a grande demanda espontânea de familiares e usuários de drogas na região da Nova Luz).
Há também o serviço de acompanhamento e acolhida aos familiares de dependentes químicos para o processo de reinserção social, em parceria com o Centro Integrado de Estudos e Programas de Desenvolvimento Sustentável (Cieds). A entidade social faz o atendimento de familiares e dependentes químicos com grupos abertos de acolhimento e atendimentos individuais.
Para atender a demanda de recuperação em acolhimento social no interior do Estado, foi criado o Cartão Recomeço. A seleção das entidades é feita por Edital de Chamamento Público, lançado em maio/2013 pela Secretaria de Justiça, ainda aberto para entidades interessadas (http://www.desenvolvimentosocial.sp.gov.br/a2sitebox/arquivos/documentos/452.pdf).
Na primeira fase do Cartão Recomeço, foram selecionadas 11 cidades: Campinas, Bauru, Diadema, Mogi das Cruzes, Osasco, Presidente Prudente, Ribeirão Preto, Santos, São José dos Campos, São José do Rio Preto e Sorocaba. Os critérios usados para a escolha dos municípios foram: tamanho da rede de referência em assistência social e saúde mental, porte populacional dos municípios, oferta de serviços de retaguarda social, saúde e cidadania, além da localização em regiões-polos no Estado.
O Programa prevê o atendimento de três mil usuários de substâncias psicoativas que, por meio do Cartão Recomeço, promoverá o acolhimento social de recuperação em entidades credenciadas e conveniadas com o Estado. Após entrevista feita por equipe multidisciplinar e avaliação por meio de exames médicos, o usuário que for considerado apto ao atendimento social será encaminhado para uma das vagas disponíveis onde permanecerá por um período de até 180 dias.
O valor de R$ 1.350,00 mensais por pessoa será repassado diretamente às instituições. Assim, o Cartão Recomeço é uma ferramenta de controle de frequência do usuário por meio de sistema de biometria do dependente e de monitoramento das atividades que serão prestadas por estas organizações sociais parceiras.
Renata Gobatti – Briefing e fotos: Alberto Danon