“Cobrar pelo transporte de bagagens é crime de venda casada”, diz Roberto Alves

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Deputado Roberto Alves afirma que a Resolução nº 400 da Anac afronta o Código de Defesa do Consumidor

Brasília (DF) – A cobrança das empresas aéreas pelo despacho de bagagens, permitida pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), por meio da Resolução nº 400, é crime de venda casada, previsto no Código de Defesa do Consumidor (CDC). A afirmação é do deputado federal Roberto Alves, em discurso na Câmara, na terça-feira (14).

O parlamentar fez um pronunciamento pela semana do consumidor, mas usou a fala para repudiar a medida da Autarquia, que permite às empresas aéreas cobrarem pelo transporte de bagagens, o que antes era uma franquia. A justiça paulista suspendeu a resolução por meio de liminar, mas a matéria segue tramitando na Câmara.

De acordo com Roberto Alves, caso as operadoras aéreas passem a taxar o transporte de bagagens, os clientes serão coagidos a utilizarem o serviço, o que se torna irregular, conforme prevê o inciso I do artigo 9º do CDC. Para o crime de venda casada, o delito varia de dois a cinco anos de prisão e multa. “Os brasileiros hoje pagam pelas passagens aéreas mais caras do mundo. Criar mais uma taxa, ao meu ver, não irá diminuir o valor, ao contrário, pode gerar uma redução no volume de vendas”, disse o deputado.

O parlamentar já tratava do tema em 2015, quando apresentou o Projeto de Lei 2.999, que proíbe as empresas aéreas de praticarem venda casada, ou seja, vender produtos e serviços acessórios, como seguros e pacotes turísticos, atrelados ao produto principal, que é a venda de passagens. O PL segue em tramitação na Comissão de Viação e Transportes (CVT) da Câmara.

Celeridade

O Projeto de Decreto Legislativo 578/2016, que prevê a suspensão dos efeitos da resolução 400 da Anac, tramita na Câmara desde o fim de dezembro, após ser aprovado pelo Senado. No discurso, o deputado Roberto Alves pediu celeridade na discussão da matéria em plenário. “Em época de crise econômica, é dever do Poder Legislativo repudiar e lutar pela invalidação desta resolução, que favorece somente as empresas aéreas e fragiliza o poder de compra de milhares de brasileiros que utilizam o transporte aéreo”, afirmou.

Texto: Carlos Eduardo Matos / Ascom – deputado federal Roberto Alves
Foto: Carlos Gonzaga / Agência Câmara