Igrejas brasileiras estão entre as 45 instituições religiosas que foram incendiadas, depredadas e saqueadas, em Niamey, capital do Níger, um dos países mais pobres da África. Ao menos cinco pessoas morreram, na última sexta-feira (16), durante as manifestações que começaram com a publicação da primeira edição do ‘Charlie Hebdo’, após o ataque à sua sede. O deputado republicano Antonio Bulhões (PRB/SP) considerou os atentados um terrível e covarde golpe aos direitos humanos.
“Tomamos conhecimento de que os templos da Universal e seus membros não foram atingidos por esta onda de violência motivada por pura intolerância religiosa. Os trabalhos seguem normalmente na igreja local e os fiéis estão em constante oração pelo povo das aldeias atingidas. Creio que todo cristão, não importa onde esteja, deve também dobrar seus joelhos e orar para que cesse esta situação na África”, conclamou o deputado.
Bulhões considera preocupante os dados de um levantamento feito pelo Centro de Estudos do Cristianismo Global nos Estados Unidos. Segundo o estudo, cerca de 100 mil cristãos são assassinados, anualmente, por causa de suas crenças religiosas, ou seja, um a cada cinco minutos. “Independente de crença religiosa, ninguém tem o direito de tirar a vida do outro. Não podemos aceitar que uma minoria extremista continue matando inocentes e pessoas de bem em nome da fé”, afirmou o parlamentar.
Acredita-se que essas manifestações violentas tenham ligação com o grupo Boko Haram, que também tem praticado atos terroristas na Nigéria, país vizinho. “Boko Haram” significa “Educação ocidental é proibida/pecaminosa”. Esse é o apelido que o grupo fundamentalista islâmico Jama’atu Ahlis Sunna Lidda’awati wal-Jihad recebeu. O nome original quer dizer “povo comprometido com a propagação dos ensinamentos do profeta e do Jihad”.
O Boko Haram é o mais temido grupo terrorista nigeriano. Financiado por doações e ataques a bancos, o grupo defende que a democracia, a educação ocidental e a convivência pacífica entre cristãos e mulçumanos são maléficas. Atacam qualquer um que tenha essas práticas ou questione os métodos do Boko Haram.
De acordo com o Itamaraty, não existem brasileiros feridos, e todos os que residem no Níger foram orientados a permanecer dentro de suascasas. Caso a situação se agrave, o Governo brasileiro ajudará na retirada deles, do país. Além dos cinco mortos, 128 pessoas ficaram feridas e 189 foram detidos.
Por Mônica Donato com informações da Agência France Presse e Wikipédia.
Foto 1: Douglas Gomes