Em respeito às famílias brasileiras

 Há algumas semanas, o Brasil ficou atônito com o conteúdo da exposição ‘Queermuseu’, realizada em Porto Alegre (RS) pelo Santander Cultural, causando um imenso debate nas redes sociais. Na Câmara dos Deputados, em Brasília, não faltaram críticas – inclusive as minhas – e notas de repúdio.
Mais uma vez, os brasileiros foram surpreendidos com outra exposição artística que beira a infração penal. Na capital paulista, o Museu de Arte Moderna (MAM) abrigou a performance ‘Le Bête’, realizada pelo coreógrafo carioca Wagner Schwartz.
Os vídeos e fotos divulgados nas redes sociais mostram o homem nu, interagindo com crianças com idades entre 4 e 8 anos. Ele fica deitado enquanto elas o tocam. Uma delas engatinha ao redor do homem, ajudada pela mãe, e se sente constrangida com a cena.
Estas imagens foram o combustível para uma explosão nas redes sociais, um entrincheiramento de opiniões radicais. Muitos falaram em apologia à pedofilia, mas esse debate já foi superado.
O que existe, e que o Ministério Público Federal de São Paulo está apurando por meio de inquérito civil, é a suspeita de infração ao Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). Embora o MAM alegue que havia sinalização ao público, indicando cenas impróprias para menores, nada justifica a participação de crianças em uma exposição de nudez.
Foi uma atitude lamentável, irresponsável e descabida. Uma agressão aos valores cultivados pelas famílias brasileiras. Houve falhas em todos os aspectos e isso precisa ser apurado com rigor.
A diversidade deve ser apoiada, assim como a arte jamais pode ser censurada. Entretanto, não podemos tolerar que as famílias brasileiras sejam desrespeitadas. Não podemos tolerar que as crianças sejam submetidas a conteúdos inapropriados, que levem à erotização precoce.
Não podemos permitir que a liberdade de expressão e pensamento seja confundida com irresponsabilidade e nem ser usada para confundir as pessoas, sobretudo as nossas crianças. A arte, ainda que libertária, precisa respeitar seus espectadores e respeitar limites.

*Roberto Alves é deputado federal pelo PRB São Paulo