Artigo | Carlinda Tinôco | Importunação

CARLINDA-37
Em cada lugar há uma situação diferente para a mulher, causas específicas, e o assédio é uma corrupção de costume que se precisa combater.
Quando a mulher toma atitude e não aceita, busca a lei para revelar o agressor.
Quem nunca recebeu um assobio, olhares indesejados, cantadas ridículas, importunações  ofensivas?
A nossa constituição considera crime e, ainda assim, o assédio verbal na prática e as ofensas são legíveis.
O assédio acua, paralisa, constrange, chega a ser confuso, principalmente, quando acontece com pessoas nas quais confiamos – ou não.
Quando identificado, a vontade é fugir, não dar oportunidade de momentos isolados e encontros sozinhos. Mudamos a rotina por medo do assédio.
O assédio desenvolve distúrbios como ansiedade, depressão, estresse, problemas no sono e pensamentos negativos todo o tempo. Tanto a saúde física quanto a emocional são prejudicadas.
“Elogiar uma mulher é valorizar sua essência, desrespeitar é confundir nossa cultura como se fosse natural achar que é nada falar abobrinhas de baixo escalão.”
Sabemos que os sexos opostos se atraem, mas desrespeitar uma mulher é lei, e é absolutamente detestável e vergonhoso sair na rua e confundir elogios.
Você mulher que está sendo assediada, sua denúncia pode ser formalizada em qualquer delegacia, fazendo um boletim de ocorrência, orientação da Defensória Pública.
Importante descrever as características físicas e as roupas usadas por quem assedia.
O Disque 180 também recebe denúncias de assédio.
Outra medida cabível é fazer denúncia no sindicato da categoria e registrar o boletim de ocorrência na Delegacia da Mulher.
“Qualquer tipo de assédio é risco para a mulher, seja na rua, seja no trabalho, seja na escola, assédio sexual é uma forma de abuso, e crime.”
Vamos imediatamente repudiar o assédio, não deixar que o agressor fortaleça seu mau comportamento para assim a ação não se agravar.
Nosso valor está acima de uma roupa que usamos, de uma maquiagem, de andar livremente, e assim ser respeitada, em cada lugar que caminharmos.

*Carlinda Tinôco é vice-coordenadora do PRB Mulher em São Paulo;

durante sete anos atuou como coordenadora nacional do RAABE;

projeto criado para valorizar e dar assistência às mulheres vítimas de

violência doméstica e abuso; é escritora com três livros publicados;

esposa, mãe e dedicada às causas sociais