Após alerta de Squassoni, Codesp desiste de incinerar gases tóxicos em Guarujá

Estatal pretendia queimar na cidade 115 cilindros que estão armazenados em Santos, mas Squassoni recorreu à diretoria da Companhia para reverter decisão
Estatal pretendia queimar na cidade 115 cilindros que estão armazenados em Santos, mas Squassoni recorreu à diretoria da Companhia para reverter decisão

São Paulo – A Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp) voltou atrás da decisão de incinerar em Guarujá os 115 cilindros abandonados com fosfina e outros cinco tipos de gases tóxicos no Armazém 11 do Porto de Santos. A informação foi confirmada nesta quarta-feira (19) ao deputado federal Marcelo Squassoni (PRB), que tem insistido junto à Diretoria do órgão para que se buscasse outra alternativa para equacionar o problema.

Em diversas reuniões, ofícios e telefonemas, o parlamentar alertou a Estatal, que administra o Porto de Santos, sobre os riscos que a queima dos gases ao ar livre ofereceria aos moradores de Guarujá e cidades vizinhas, sobretudo durante o inverno, quando a capacidade de dispersão da fumaça é prejudicada.

Em mais um contato telefônico com o diretor de Engenharia da Codesp, Hilário Gurjão, Squassoni foi informado que a decisão pela incineração em Guarujá fora descartada e comemorou. Para ele, todas as autoridades da Baixada Santista devem se envolver na discussão, que tem dimensão metropolitana.

Em razão disso, o parlamentar pretende levar o assunto à próxima reunião do Conselho de Desenvolvimento da Região Metropolitana da Baixada Santista Condesb), onde os nove prefeitos da região têm assento. “Ainda estamos trabalhando por uma solução definitiva sobre o que fazer com os cilindros. Não se sabe ao certo os malefícios que essa queima poderia trazer, então, não tem sentido pôr em risco a população de uma cidade inteira e suas vizinhas”, frisa Squassoni, que considera a hipótese de descarte do material em alto mar, por exemplo.

Além do deputado, Prefeitura de Guarujá e Conselho Municipal de Defesa do Meio Ambiente (Comdema) já haviam se posicionado contra a incineração dos gases em território guarujaense. O Ministério Público do Estado, por meio do Grupo de Atuação Especial de Defesa do Meio Ambiente (Gaema), chegou a abrir Inquérito para investigar a destinação dos produtos.

Histórico

Esquecidos há aproximadamente 20 anos no armazém 11 do Porto de Santos, na margem santista, os 115 cilindros contendo fosfina e outros cinco gases tóxicos se tornaram um problema para a Codesp. Diante do perigo de explosão, que poderia afetar um raio de até 10 quilômetros, segundo estudos, a administradora do Porto de Santos optou por transportar o material numa embarcação até a Base Aérea de Santos, que fica no Distrito de Vicente de Carvalho, na vizinha Guarujá, onde os gases seriam incinerados. A hipótese, agora, acabou descartada.

Texto: Ascom deputado federal Marcelo Squassoni
Foto: Douglas Gomes