Volta será feita em esquema de rodízio de alunos definido pelas próprias escolas e dividida em três fases de retomada
Em São Paulo, as escolas públicas e privadas estão previstas para reabrirem no dia 7 de outubro e, uma das exigências é que nos primeiros 14 dias, 80% da população do estado esteja na fase amarela e nos outros 14, 100%.
A recomendação é do Centro de Contingência do Coronavírus, que busca garantir uma margem de segurança maior para as crianças, adolescentes, professores, gestores e profissionais da rede de ensino e seus familiares.
A volta será feita em esquema de rodízio de alunos definido pelas próprias escolas e dividida em três fases de retomada: primeira fase: somente 35% dos alunos de cada classe poderão frequentar as escolas a cada dia. Ou seja, em um dia vai um grupo, em outro dia, vai outro., segunda fase: até 70% dos alunos poderão frequentar as escolas a cada dia; terceira fase: 100% dos alunos podem voltar às salas de aula.
Também serão retomadas as atividades de internato e estágio curricular para os cursos de medicina, odontologia, farmácia, enfermagem e fisioterapia.
Nas salas de aula, a orientação é manter o distanciamento de 1,5 metro entre alunos, professores e funcionários. Horários de entradas e saídas deverão ser organizados para evitar aglomeração, e serão preferencialmente fora dos horários de pico do transporte público.
Intervalos e recreios devem ser feitos sempre em revezamento de turmas com horários alternados. No caso das atividades de educação física, devem ser realizadas ao ar livre e com cuidando da higienização dos equipamentos. O ensino remoto deve continuar em combinação com a volta gradual presencial.
É certo que a escola não vai ser o mesmo ambiente deixado pelos estudantes no mês de março de 2020. Agora, será necessário cumprir uma série de regras indispensáveis para a manutenção da saúde e bem-estar de toda a comunidade escolar.
Por isso, antes mesmo de os estudantes voltarem para a escola, é importante enviar informativos para as famílias e colaboradores sobre os novos comportamentos exigidos nesse espaço.
O uso de máscara será obrigatório para todos dentro da instituição e no transporte escolar, bebedouro será proibido. Nas escolas, a água potável deve ser fornecida de maneira individualizada. Cada um deverá ter seu copo ou caneca. Banheiros, lavatórios e vestiários devem ser higienizados antes da abertura, depois do fechamento e a cada três horas. Lixo deve ser removido no mínimo três vezes ao dia. Superfícies que são tocadas por muitas pessoas devem ser higienizadas a cada turno.
Segundo uma pesquisa da Universidade de Minnesota, nos Estados Unidos, o coronavírus deve continuar circulando pelo mundo pelos próximos dois anos. Isso significa que, mesmo que a pandemia retroceda no Brasil, o retorno das aulas presenciais exigirá o máximo de cautela para que este ambiente não se torne um foco de transmissão da doença.
Além disso, como professora de alfabetização, acredito que o papel dos diretores escolares se torna ainda mais importante no pós pandemia, sendo preciso criar planejamentos focados em diminuir os prejuízos na aprendizagem dos alunos e que consigam engajá-los.
De acordo com o guia de diretrizes para diretores escolares, escrito pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), o ideal é que as escolas acompanhem e estimulem os alunos, o que pode ser feito por meio da criação de um sistema de comunicação para fazer checagens diárias sobre cada estudante.
Também é importante aplicar uma avaliação de nivelamento para saber o quanto os alunos aprenderam durante as aulas remotas. A partir daí, os professores poderão preparar as suas revisões de conteúdo conforme a necessidade das turmas.
A essa altura, a pergunta que também nos fazemos é como serão diminuídos os impactos na Educação após quase seis meses de afastamento das salas de aula?
De acordo com o governo de São Paulo, será feita uma avaliação individual dos estudantes para a recuperação do conteúdo que não foi aprendido durante o período de ensino à distância. Escolas também deverão investir em acolhimento socioemocional e em programas de recuperação para alunos com dificuldades nas matérias e em 2021, será oferecido o 4º ano do Ensino Médio optativo para os estudantes que quiserem se preparar antes do ingresso no ensino superior.
O retorno das aulas presenciais tende a ser um momento delicado e de insegurança para as famílias. Desenvolver um planejamento seguro para esta etapa é essencial para que as escolas possam amenizar a preocupação dos pais e fazer com que os alunos voltem a se sentir bem neste lugar. Com prudência, precisamos retomar pouco a pouco e viver essa nova realidade. A Educação é a peça fundamental para o desenvolvimento do Brasil. Aqui, na Câmara, continuo trabalhando firme com o Republicanos para que o futuro seja de progresso para nossos estudantes brasileiros.
*Maria Rosas é deputada federal pelo Republicanos São Paulo e secretária estadual do Mulheres Republicanas SP