Brasil encerrou sua participação com 72 medalhas, ocupando o sétimo lugar no ranking mundial
No artigo desta semana quero parabenizar os atletas brasileiros que participaram dos Jogos Paralímpicos. Como parlamentar e membro da Comissão de Defesa da Pessoa com Deficiência, sinto-me imensamente orgulhosa com o resultado das competições. O Brasil encerrou sua participação com 72 medalhas (22 de ouro, 20 de prata e 30 de bronze), ocupando o sétimo lugar no ranking mundial. E olha que apenas 57,6% dos atletas recebem a Bolsa Pódio, que é a principal categoria do Bolsa Atleta, ofertada pelo Governo Federal.
Destaco a partida que levou o país ao penta – conquistamos a medalha de ouro no futebol de 5 (para atletas cegos) pela quinta vez, em cinco edições da modalidade. A competição contra a Argentina nos presenteou com o 22º ouro geral, superando por um o recorde conquistado em Londres 2012 (21).
Por muitos anos trabalhei em instituições que apoiam a pessoa com deficiência, como no Grupo Fama, que cuida de crianças autistas. A experiência me fez constatar que, para as pessoas com deficiência não há limites, e sim superações. No esporte, uma prova é a conquista da centésima medalha dourada paralímpica brasileira. Contando todas as edições, o país já subiu 87 vezes no lugar mais alto do pódio. Além disso, jamais tivemos, em Jogos Paralímpicos no exterior, tamanha proporção. Em Tóquio, a delegação foi composta por 259 atletas (163 homens e 96 mulheres) mais o suporte, totalizando 435 pessoas.
E você sabe como surgiram os Jogos Paralímpicos? Há mais de 60 anos, depois da II Guerra Mundial, vários ex-combatentes tinham de conviver com lesões obtidas em guerra, mas também a aprender a lidar com as dificuldades que as deficiências trariam às suas vidas. Foi quando o britânico e neurocirurgião Ludwig Guttmann, que ajudava os veteranos a se recuperarem, decidiu utilizar o esporte como ferramenta de reabilitação. Em 1948, o médico organizou uma competição e, a partir da visibilidade e do sucesso que causaram esses jogos, estimulou-se a pensar em uma disputa maior ainda. Assim, surgiram as primeiras Paralimpíadas, em 1960, na cidade de Roma, que reuniu atletas de 23 países. Hoje, as Paralimpíadas são um evento de esporte de alto rendimento e requer dedicação absoluta dos atletas. De 1960 para 2021, a competição cresceu muito e os talentos estão cada vez mais evidentes.
Eu acredito no potencial da pessoa com deficiência e luto por essa causa. Na Câmara dos Deputados tenho um mandato atuante e, ao todo, apresentei mais de 23 proposições nessa área, sendo que muitas já estão em fase conclusiva. Uma delas é o Projeto de Lei nº 330 de 2020, de minha relatoria. A matéria inclui o esporte de surdos entre os Paralímpicos e entre as principais modalidades de benefícios esportivos.
Também cito o Projeto de Lei 4.175 de 2019, no qual sou relatora. O PL concede isenção do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) e do Imposto de Importação (II) sobre produtos de tecnologia assistiva destinados às pessoas com deficiência. A isenção contribui para a inclusão social, promove interação social e reduz as barreiras de acesso às tecnologias de comunicação e locomoção.
Por aqui, no Parlamento, continuo lutando com engajamento e força pela causa da pessoa com deficiência. Aos nossos atletas Paralímpicos, deixo o meu forte abraço, parabenizando cada um deles pela dedicação, disciplina e esforço. Parabéns aos protagonistas do Brasil.
*Maria Rosas é deputada federla pelo Republicanos SP e secretária estadual do movimento Mulheres Republicanas