Neste ano, os contribuintes americanos tiveram que trabalhar por volta de 106 dias do ano apenas para pagar impostos. Após o dia 15 de Abril, os americanos poderão desfrutar do dinheiro que recebem pelo trabalho.
Nós somente estaremos livres dos impostos quase em Junho. Até lá, tudo o que ganhamos com o suor do rosto terá servido apenas para o governo nos tomar. O governo, na sua política de marketing, ainda nos chama de contribuintes.
Vivemos a ironia de sermos “contribuintes” tendo que conviver com filas em hospitais, condições degradantes nos transportes públicos e
contemplar criminosos que a justiça deveria manter na prisão, nos assustando em cada esquina.
Termo que não condiz com a verdade. Contribuinte pressupõe um ato voluntário e não compulsório. No Brasil, a legislação chama todos os trabalhadores de contribuintes. Se o significado etimológico da palavra imposto revela uma obrigação, como quem paga imposto pode ser chamado de contribuinte? Tributo é obrigação e não liberalidade.
Em respeito ao povo sacrificado, que já não suporta mais de 40% de carga tributária, não se deveria chamar os trabalhadores de contribuintes. É uma ironia com aquele que enfrenta filas nos hospitais, que é submetido às condições degradantes nos transportes públicos e que não vê a justiça manter presos os criminosos que lhe assustam em cada esquina.
O tributo não é problema somente em função da alta carga tributária. É duro também com o pagador pelo tempo em que gasta para cumprir as suas obrigações com os órgãos arrecadadores. Imaginem o custo em horas dispendido que a empresa utiliza para poder pagar os 90 tributos existentes no Brasil.
As empresas brasileiras também “contribuem” em tempo para pagar os tributos. Elas gastam mais de 2.500 horas por ano para lidar com a burocracia dos tributos. Na Rússia, são 290 horas. Imagine quanta contribuição às empresas fariam à produtividade se tivéssemos uma simplificação de impostos?
Com quase 100 tipos de tributos sobre os ombros, à política de marketing do governo nos apelida de contribuinte ou colaborador?
Com esses sacrifícios, com que lógica podemos chamar os cidadãos de contribuintes ou colaboradores?
Com respeito aos cidadãos, devemos chamá-los somente de pagadores de tributos, porque cobrar quase 100 tipos de tributos e ainda chamar o pilhado de contribuinte ou colaborador é uma infelicidade!
Na verdade, quando a pessoa é obrigada a pagar e ainda não recebe de volta em benefícios o dinheiro que lhe é tomado, então ele é um servo do governo.
Antonio Bulhões
Deputado Federal / PRB-SP