Brasília (DF) – Depois de quase dois meses de intensas discussões, o deputado federal Marcelo Squassoni (PRB-SP) monitorou, na manhã de quinta-feira (24), a operação que levou do Armazém 10 do Porto de Santos os 115 cilindros com gases tóxicos e explosivos para destruição em alto-mar. A alternativa passou a ser defendida pelo parlamentar depois que a Codesp, que administra o Porto de Santos, manifestar interesse de incinerar os gases nas dependências da Base Aérea de Santos, que fica no Distrito de Vicente de Carvalho, em Guarujá.
A operação pode durar até 21 dias e será realizada a 90 quilômetros da costa da Baixada Santista por empresa especializada, que apresentou projeto e adaptou embarcações para a empreitada, que exigiu o uso de um navio, uma balsa e barcas de apoio. Codesp, Capitania dos Portos, Ministério Público de São Paulo e Ibama, entre outras entidades, supervisionam os trabalhos.
A operação inclui a queima os gases com o controle das chamas – e a devida depuração prévia, processo que ocorre cotidianamente em refinarias como a da Petrobras, em Cubatão, por exemplo – e o descarte dos cilindros e até das roupas utilizadas pelos operários que trabalharão na operação.
Os cilindros partiram do Porto em compartimentos fechados e refrigerados. Nada será descartado no fundo do mar. “Tudo está sendo administrado de forma muito profissional e estritamente controlada. Se algo pudesse oferecer o mínimo risco, jamais seria autorizado pelo Ibama nem pela Capitania e a própria Codesp. A meu ver, foi a melhor saída para resolver um problema cuja solução já era aguardada há mais de 20 anos”, destacou Squassoni.
Carta
Os gases tóxicos e inflamáveis em questão – entre eles a fosfina – estão em 115 cilindros esquecidos há aproximadamente 20 anos no Armazém 11 do Porto de Santos. Considerando o potencial explosivo do material, que pode atingir um raio de até 10 quilômetros, a Codesp, que administra o Porto, elaborou proposta inicial de realizar a queima dos gases nas dependências da Base Aérea de Santos, em Guarujá.
A partir de então, Prefeitura de Guarujá e Conselho Municipal de Defesa do Meio Ambiente (Comdema) se manifestaram contra a ideia, à qual também se opôs o deputado Marcelo Squassoni.
Em contato permanente com as autoridades portuárias e ambientais desde o início de julho, o parlamentar conseguiu articular a escolha de uma alternativa e o repúdio à queima dos gases em Guarujá, obtendo o apoio do Condesb (Conselho de Desenvolvimento da Região Metropolitana da Baixada Santista), que reúne os nove prefeitos da região e a Agência Metropolitana (Agem), do Governo do Estado. Em reunião ordinária realizada em Bertioga, o Condesb aprovou proposta do deputado para a redação de uma carta conjunta firmando a posição. “A solução veio com um trabalho conjunto e articulado de diferentes entes. Isso prova que juntos, somos mais fortes e falamos mais alto”, concluiu Squassoni.
Texto e foto: Ascom deputado federal Marcelo Squassoni