PRB está entre os cinco partidos mais atuantes da internet

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Partidos de direita são mais fortes na internet, aponta estudo
O uso de websites pelos partidos políticos brasileiros está bastante disseminado, mas um estudo feito pelos pesquisadores Malena Rodrigues, Antônio Barros e Cristiane Bernardes, do Centro de Formação da Câmara dos Deputados (Cefor), mostrou que os partidos de direita e centro-direita têm em seus espaços na internet maior número de ferramentas para interatividade com o público.
O estudo foi apresentado nesta quarta-feira, durante o 38º Encontro da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Ciências Sociais (Anpocs).
Verificou-se que entre os partidos que permitem o acesso pelo seu site a quatro ferramentas essenciais de comunicação – email, boletim eletrônico, enquetes e redes sociais (através da disponibilização dos ícones dessas redes) – estão apenas cinco: PRB, PSDB, PSC, PMN, e PEN.
Malena destacou que há muito ainda a avançar, apontando que a taxa de resposta de emails é baixa. Em geral é quase nula. Segundo ela, o custo-benefício de responder emails, segundo assessores políticos, é muito pequeno. Muitos emails são deletados sem que sejam lidos.
A análise foi feita entre fevereiro e abril de 2014 com 32 partidos registrados no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Foram analisados quantitativamente os sites dos partidos observando as principais estratégias discursivas; de informação política; de interação com os eleitores; accountability (prestação de contas); transparência; e política internacional. A pesquisa tem como pano de fundo a ideia de que há novas formas de organização e reivindicação das demandas pela população, com um papel importante da internet na democracia.
Foram observadas 10 estratégias em comum entre os 32 partidos pesquisados e quais estariam mais fortes em cada uma delas. A pesquisa identificou que em formação política o maior índice é o do PMDB, mas 28 partidos usam estratégias permanentes nessa área. “Direita e centro direita também parecem investir mais nisso”, destacou Malena, citando que há uma maior modernização dos partidos conservadores.
Para Marcus Gomes Pereira, professor da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), são necessárias pesquisas como essa avancem para uma incursão qualitativa sobre o uso dessas mídias. “Presença virtual não basta. É preciso ter presença e intensidade. A mera apropriação de uma plataforma é necessária, mas não suficiente”, disse Pereira. Ele destacou que podem os partidos só estar nas redes e nunca entrar na conta. “É preciso verificar o tempo de uso e o número de tuítes e retuítes”, exemplificou.
 

Por Vanessa Jurgenfeld | Valor Econômico