São Paulo (SP) – Mais de 800 pessoas foram beneficiadas com os testes de Hepatites C durante eventos sociais promovidos pelo gabinete da deputada estadual Edna Macedo (Republicanos SP), de março a julho deste ano. Desse total, quatro pessoas foram diagnosticadas como portadoras da doença silenciosa, que atinge cerca de 500 mil brasileiros, segundo o Ministério da Saúde (MS). As campanhas são realizadas em parceria com a Associação Brasileira de Portadores de Hepatites (ABPH), que encaminha o paciente para tratamento.
De acordo com a diretora-social da ABPH, Virginia Alves, o teste é de extrema importância, principalmente para as pessoas com 40 anos ou mais, uma vez que o exame só passou a existir no Brasil na década de 90 e ainda não há vacina contra a doença. “O diagnóstico precoce leva a 90% da cura. São três meses de tratamento”, destaca Virgínia. Ao contrário de cerca de 1,5 milhão de brasileiros que não sabe que estão infectados e podem morrer devido à cirrose e ao câncer hepático, pelo diagnóstico tardio da doença assintomática, alerta o MS.
Preconceito
“O preconceito contra os portadores da doença é mais um fator preocupante” lamenta a deputada Edna Macedo, que é membra efetiva da Comissão da Saúde na Alesp. Segundo ela, é preciso educar para quebrar as barreiras que impeçam as pessoas de realizar o exame e o tratamento.
Pesquisa apresentada no Congresso Internacional do Fígado, em 2015, pelo Grupo Otimismo e Ministério da Saúde no Brasil, apontou que 49,6% das pessoas infectadas sofreram algum tipo de discriminação. Dos 94,1% que contaram às suas famílias que estavam infectados, um quarto (24,6%) informou que seus parentes começaram a evitar o contato físico.
Além disso, dos 73,7% que contaram aos seus amigos a respeito da sua condição, quase metade (46,9%) disse que sofreu discriminação e 23,8% disseram que não eram mais convidados para eventos sociais.
“Vamos acabar com o preconceito e ajudar, porque as hepatites virais atingem um terço da população mundial e hoje são um dos maiores problemas de saúde, matando duas vezes mais que a Aids”, afirma a deputada.
SAIBA MAIS
O que é a Hepatite C?
É uma infecção do fígado, causada pelo vírus VHC, que pode ser transmitida pelo contato sexual, por via perinatal (da mãe para filho) sobretudo durante a gravidez e no parto, pelo compartilhamento de seringas e agulhas.
Como é transmitida?
Por sangue contaminado, principalmente durante compartilhamento de seringas, agulhas ou de instrumentos de manicure, pedicure, tatuagem e colocação de piercing.
Quais os sintomas?
Assintomática, mesmo quando o fígado já está bastante afetado pela doença. Na forma aguda da doença, que antecede a forma crônica provoca os seguintes sintomas:
Mal-estar, vômitos, náuseas, pele amarelada (icterícia), dores musculares, perda de peso, muito cansaço, ascite (barriga d’água) e confusão mental;
Quando está no estágio grave de hepatite crônica desenvolve cirrose, câncer no fígado e insuficiência hepática.
Como se prevenir?
Como o vírus pode sobreviver por até seis semanas fora do organismo, segundo pesquisa da Escola de Medicina de Yale.
Não utilize drogas injetáveis
Não compartilhe objetos de higiene pessoal e de manicure (escova de dente, lâminas de barbear, alicates, lixas e espátulas)
Ao fazer exames, verifique se as agulhas ou qualquer outro objeto que entre em contato com o sangue é descartável ou está esterilizado
Fonte: Ascom Deputada Estadual Edna Macedo
