Conscientes de que o governo da presidente Dilma não tem mais credibilidade para comandar o país, os 22 deputados do Partido Republicano Brasileiro (PRB), representando milhões de brasileiros, contribuíram para este dia histórico e demonstram compromisso pela unidade nacional.
Com a aceitação do impeachment pela Câmara, o processo será agora encaminhado ao Senado que aceitará ou não o processo. Se os senadores mantiverem a decisão dos deputados, a presidente será afastada do cargo por 180 dias, enquanto durar o julgamento do processo de impeachment. A previsão da assessoria técnica do Senado é que a votação deverá ocorrer até 11 de maio.
O PRB chegou a fazer parte da base do governo, mas por entender que Dilma perdeu a capacidade de estar à frente do Executivo, o partido examinou com muita atenção e concluiu que não poderia compactuar com um governo envolvido em inúmeras denúncias de crimes de corrupção e responsável pela grave crise econômica que afeta o país.
Entenda a posição do PRB
Desde 2013, o PRB já havia manifestado que não era conivente com todas as ações do governo federal. Na época, em entrevista ao jornal goiano O Hoje, o presidente nacional do PRB, o advogado e professor universitário Marcos Pereira, afirmou que o partido “era aliado”, mas não subserviente” com posições contrárias aos ideais do partido.
Na convenção nacional do partido, em 30 de junho de 2014, Marcos Pereira confirmou o apoio à reeleição da presidente Dilma, desde que ela se comprometesse a defender os interesses do povo brasileiro. As declarações do presidente seguiram na direção da melhoria da economia e uma participação efetiva do PRB no governo. Situação que não ocorreu durante o primeiro ano de mandato da presidente e, por conta disso, em 16 de março deste ano, o PRB deixou a base do governo, entregando o Ministério do Esporte, ocupado pelo partido. Isso, segundo Marcos Pereira, foi motivado pelo cenário do país, incluindo a situação da economia, que tornou insustentável que a sigla permanecesse na base do governo.
“O partido levou em conta, além das sucessivas e graves denúncias de corrupção envolvendo o governo, a evidente dificuldade da presidente de formular um projeto político e econômico capaz de conter a crise instalada e restaurar a confiança dos brasileiros no futuro do país”, esclareceu Pereira.
Em artigo no jornal Folha de S.Paulo, publicado no mês passado, o presidente Marcos Pereira, descreveu a real situação pela qual passa o país, elencando as dificuldades enfrentadas pela população. No texto, o presidente relata os descasos por ele percebido durante suas constantes viagens nos últimos anos pelo país. “As pessoas estão cansadas. Realmente cansadas. Vejo muita frustração por toda parte. Acredito que sairemos da crise econômica, como já fizemos outras vezes, mas e o restante? A educação, a saúde, a segurança e os outros valores subjetivos serão resolvidos em um passe de mágica? Por osmose?”, questionou.
Marcos Pereira alertou, também, que se o atual cenário de maquiagens praticadas pelo governo, ao invés de exterminar a causa continuaram como um câncer silencioso a invadir e destruir as células sadias. Segundo Pereira, o impeachment, agora aprovado pela Câmara, representa uma saída para o impasse instalado no país pelo desgoverno do PT, o que causou as crises política e econômica.
Em nota à imprensa, no último dia 12 de abril, o PRB oficializou que, por unanimidade, votaria pelo impeachment da presidente Dilma, fato consumado neste domingo. “Entendemos que há indícios de que houve realmente crime de responsabilidade. Estão presentes os requisitos do impeachment que a Constituição exige para o afastamento da presidente da República”, afirmou Pereira.
O que de fato se confirmou na votação na Câmara deste domingo. Os 22 deputados federais do PRB demonstraram a força do partido e a união necessária para enfrentar os problemas políticos e econômicos provocados pela incapacidade de gestão do governo federal.
Texto: Edjalma Borges e Maurizan Cruz / Ascom – Liderança do PRB na Câmara
Foto: Douglas Gomes