O uso do celular ao volante é considerado, atualmente, a principal causa de distração no trânsito. O deputado republicano Antonio Bulhões (PRB/SP) defende uma fiscalização mais rigorosa sobre o problema. Para ele, a multa e as demais punições para quem dirige e, ao mesmo tempo, usa o telefone celular, devem ser tão pesadas quanto às aplicadas para o motorista alcoolizado.
“Um levantamento feito pelo Departamento de Trânsito (Detran) no Distrito Federal mostrou que, dos 393 acidentes fatais ocorridos em 2012, 117 foram provocados por condutores distraídos. É preciso, com efeito, fazer algo mais do que as recentes mudanças no Código de Trânsito Brasileiro. Deve-se proceder a uma série de medidas, campanhas intensas e mudanças profundas e definitivas no comportamento dos motoristas”, alerta o republicano.
Na avaliação do deputado, é da maior importância incentivar campanhas de conscientização da mudança de atitude dos próprios motoristas. “Não há uma política mais efetiva e de âmbito nacional para conter as mortes no trânsito. O Brasil ocupa o 4º lugar em número absoluto de mortes no trânsito, mais de 43 mil em 2013, ficando atrás apenas da China, Índia e Nigéria. Conforme dados do Ministério da Saúde, o trânsito mata cinco pessoas a cada hora.
Bulhões considera preocupante o resultado de uma pesquisa realizada pela Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT) nas cidades do Rio de Janeiro e São Paulo, mostrando que 84% dos motoristas admitem usar o aparelho celular enquanto dirigem. Estudo feito nos Estados Unidos aponta que quando um motorista atende uma ligação, olha uma mensagem de texto ou simplesmente dá atenção ao telefone mesmo no viva-voz, aumenta em 400% a probabilidade de se envolver em um acidente.
“Vale notar que, apesar de todas as evidências sobre o risco de acidentes em decorrência da utilização de aparelhos celulares ao volante, falta aos motoristas, no Brasil, a exata noção acerca do perigo a que se expõem. Assim, colocam em risco não só a própria vida, mas a de outras pessoas, também. Cabe a nós mudar essa realidade, concorrendo ativamente para reduzir o número de acidentes e mortes no trânsito”, acrescentou o deputado.
Por Mônica Donato