Brasília (DF) – O ministro da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, Marcos Pereira (PRB), assinou nesta segunda-feira (24) Memorando de Entendimento entre o MDIC e o Ministério da Economia, Indústria e Competitividade da Espanha para ampliar a cooperação entre os países na área econômico-comercial.
O documento, firmado em cerimônia no Palácio do Planalto, prevê a elevação dos investimentos espanhóis no Brasil, em especial envolvendo as micro e pequenas empresas. A aproximação entre os países é parte da agenda do presidente de Governo da Espanha, Mariano Rajoy, recebido hoje pelo presidente Michel Temer.
“Estamos trabalhando para estabelecer novas cooperações, de forma a adensar a relação econômica e comercial não somente com a Espanha, mas com todos os países com quem identifiquemos oportunidades de negócios”, afirmou Marcos Pereira.
O foco da cooperação econômica será na remoção de obstáculos ao desenvolvimento do comércio por meio do intercâmbio de informações e experiências e apoio aos contatos de negócios. Representantes dos dois países devem, ainda, participar de encontros, feiras e workshops, entre outros eventos. Atualmente, o Brasil é o terceiro maior destino de novos investimentos espanhóis no exterior.
“Há espaço para ampliação dos investimentos, principalmente no momento que vivemos no Brasil, em que estamos empenhados em tornar o ambiente de negócios mais favorável e confiável à atuação de investidores”, avalia o ministro Marcos Pereira.
Encontro empresarial
A agenda do ministro Marcos Pereira com a delegação espanhola segue nesta terça-feira (25), em São Paulo, onde ocorrerá o Encontro Empresarial Brasil-Espanha, do qual participam o presidente Temer, e o presidente de Governo da Espanha, Mariano Rajoy. Cerca de 150 empresas espanholas devem ter representantes no evento.
A Espanha detém o segundo maior estoque de investimento direto no Brasil. As empresas espanholas estão presentes em território brasileiro principalmente em setores como telecomunicações, energia, rodovias e ferrovias. Já o perfil dos investimentos é concentrado em grandes empresas. Por isso, a avaliação é que os investimentos das pequenas e médias empresas espanholas tem potencial para avançar, dinamizando a economia e aportando inovação no país.
Intercâmbio comercial
Entre janeiro e março de 2017 as exportações brasileiras para a Espanha cresceram 43% em relação a igual período do ano anterior, passando de US$ 573,3 milhões para US$ 819,5 milhões. A participação do país subiu de 1,4% para 1,6%, posicionando-o como o 11º destino das exportações brasileiras no acumulado do ano.
As importações brasileiras da Espanha atingiram US$ 638,1 milhões no primeiro trimestre de 2017, implicando acréscimo de 4,6% sobre o valor de igual intervalo do ano anterior, que totalizou US$ 609,9 milhões. A participação da Espanha caiu de 1,9% para 1,8. O país foi o 14º fornecedor estrangeiro ao Brasil no acumulado do ano.
Em 2016, a pauta das exportações brasileiras à Espanha compôs-se de 67,6% de produtos básicos, 9,9% de semimanufaturados, 20,5% de manufaturados e 1,9% em operações especiais. No ano, o desempenho das três principais categorias foi o seguinte: queda de 21,9% em básicos; aumento de 45,2% em semimanufaturados; e aumento de 13,3% em manufaturados.
No rol dos principais produtos exportados à Espanha estão soja em grãos, participação de 23%, petróleo em bruto (15,8%), farelo de soja (5,9%), minério de cobre (4,4%), café em grãos (4,2%), minério de ferro (4,1%), celulose (3,5%), semimanufaturados de ferro/aço (3,2%), polímeros plásticos (3%), milho em grãos (2,3%) e óleos combustíveis (1,8%).
Relativamente às importações brasileiras da Espanha, a pauta ficou distribuída da seguinte maneira: 6,5% de produtos básicos, 5% de semimanufaturados e 88,5% de manufaturados. No ano, as três categorias de produtos registraram os seguintes resultados: queda de 4,3% em básicos; queda de 21% em semimanufaturados; e queda de 28,2% em manufaturados.
Entre os produtos importados da Espanha, destacam-se os seguintes itens: naftas, participação de 7,9%, medicamentos para medicina humana e veterinária (4%), compostos organo-inorgânicos (3,8%), partes e peças de aviões, helicópteros (3,7%), motores e geradores elétricos (3,2%), polímeros plásticos (3%), rolamentos e engrenagens (2,8%), autopeças (2,7%), compostos heterocíclicos (2,4%), laminadores de metais e seus cilindros (2,3%) e azeite de oliva virgem (2,3%).
Texto e foto: Ascom MDIC