Com um estilo arrojado e pensamentos contemporâneos, Luciana Pepe parece nunca perder o equilíbrio. Em sua agenda diária: o desafio em administrar profissão, trabalhos sociais, ações públicas e vida pessoal. Em sua postura: a autoconfiança que dará conta do recado. Nascida na região de Santo Amaro e residente no bairro de Capão Redondo, aos 35 anos, a republicana carrega em seu perfil os traços de quem nunca conseguiu viver apenas para si. Com vasta experiência no desenvolvimento de projetos para a juventude, a republicana assumiu recentemente a coordenação municipal do movimento PRB Juventude em São Paulo. Determinada e com clara visão de seus objetivos, ela não esconde a motivação: inserir cada vez mais jovens no cenário político e, não diferente da maioria dos espíritos joviais, fazer muito barulho nas assembleias legislativas, câmaras e no senado.
Na entrevista abaixo, ela fala sobre sua trajetória e as metas do movimento jovem para 2016. Confira:
PRB Capital SP: Obrigada por conceder essa entrevista para o portal PRB Capital SP. A razão do nosso convite é o Dia Mundial da Juventude, comemorado em 30 de março. O que essa data representa para você?
Luciana Pepe: A data representa para mim uma máxima: responsabilidade. Esse dia foi instituído na Jornada Mundial da Juventude, no primeiro jubileu da juventude da igreja católica na Itália. O Papa João Paulo II, em 1984, deu a responsabilidade aos jovens de levarem o símbolo do cristianismo (a cruz) para todo o mundo. Foi um marco porque foi, também, o primeiro grande ato direcionado para a juventude realizado pela igreja católica. É claro que a tônica aqui é a política e não religiosa. A analogia está na nossa responsabilidade em levar o republicanismo para todo o Brasil.
A juventude atual tem agido politicamente, mas ainda pouco partidariamente. Nós já temos a força e a militância, mas precisamos caminhar sabendo para qual direção estamos indo. Devemos, sim, nos manifestar, mas cientes daquilo que queremos. Em São Paulo, eu trago para mim a responsabilidade de falar a toda a juventude da capital sobre a mudança que desejamos. Quero que as políticas públicas para os jovens alcancem as periferias e que não fique apenas no superficial, como tem acontecido na atual gestão da cidade. Os jovens querem sair do assistencialismo e entrar de verdade no republicanismo transformador.
E eu que agradeço pelo convite. Dar essa visibilidade ao PRB Juventude municipal demonstra, mais uma vez, quanto os dirigentes do partido são comprometidos com a militância jovem.
PRB Capital SP: Por que decidiu assumir coordenação municipal do PRB Juventude em São Paulo?
LP: Acredito que todo meu histórico me conduziu até aqui. Desde pré-adolescente assumo papéis de liderança. A primeira vez foi na condução de um grupo de adolescentes e crianças na periferia da zona sul de São Paulo quando tive a oportunidade de promover a socialização e educação moral e cívica. De lá para cá, tive a oportunidade de participar em muitos projetos com a juventude. Atualmente, sou diretora de uma associação chamada FORHope que desenvolve projetos para a juventude, projetos culturais, literários, teatrais, musicais e esportivos e até grandes eventos. Tudo como plataforma de sociabilização para os jovens e adolescentes.
Sempre trabalhei com jovens da periferia, em situações de vulnerabilidade, em situação de risco, que tiveram contato com as drogas, que tiveram contato com violência nas suas casas… Sempre estive a frente deste tipo de ação, seja conduzindo, idealizando, capacitando outros jovens para realizarem também. Da FORHope saíram muitos outros projetos. Dezenas de outros grupos se inspiraram em nós e na minha vida. Hoje, esses jovens também são agentes de transformação social. Esta construção de vida me conduziu até aqui e, hoje, tive a oportunidade de conhecer o PRB e o PRB Juventude.
Sinto-me honrada com o convite que recebi para fazer parte da juventude do partido na minha cidade, a cidade que tanto amo. São Paulo é referência para tantos outros municípios. Ter a oportunidade de assumir esta coordenadoria, com certeza, me coloca como uma inspiração para regiões em torno que sofrem como os mesmos problemas. Quando recebi o convite, não pensei duas vezes em aceitar. Estar à frente do PRB Juventude é uma oportunidade de amplificar toda esta minha atuação.
PRB Capital SP: Quando e como você assumiu o movimento?
LP: Eu me envolvi com o PRB Juventude em fevereiro de 2014, sendo uma das coordenadoras zonais do movimento. Este ano foi atípico por conta das eleições. Participei fortemente da campanha para Deputado Estadual do atual Coordenador Estadual, Peterson Pepe, do movimento jovem em São Paulo. Com a chegada das eleições municipais para 2016, a coordenadoria estadual entendeu que precisaríamos dar uma força maior para o movimento na capital. Estamos fazendo isto desde dezembro de 2015, trazendo novos presidentes zonais (inclusive alguns jovens), formando novas coordenadorias zonais do PRB Juventude na capital e conversando com os movimentos sociais da região. Em janeiro deste ano recebi o convite para ser a coordenadora municipal. Em breve nós teremos a cerimônia da minha posse. Estou muito feliz com a minha indicação. Quero agradecer ao presidente municipal, Aildo Rodrigues, vice-presidente estadual, Sergio Fontellas, e nosso presidente nacional, Marcos Pereira, pela oportunidade e confiança.
PRB Capital SP: Quais são os objetivos do PRB Juventude para a capital paulista?
LP: Nosso primeiro grande objetivo é aumentar nossa militância jovem na capital. O segundo é implantar 100% das coordenadorias aqui em toda a capital. Terceiro objetivo é, após estas ações, promover a participação da nossa militância nas discussões dos conselhos municipais, conselho da juventude, conselho de mulheres, conselho participativo, entre outros. Quarto objetivo: ser a ponte de diálogo entre a juventude da capital e nosso pré-candidato a prefeito Celso Russomanno.
PRB Capital SP: E quais as metas especificamente para 2016?
LP: Nossas metas para este ano é ampliar, em comparação às eleições passadas, a votação do nosso pré-candidato a prefeito Celso Russomanno na faixa etária da juventude e elegermos pelos menos um vereador(a) do PRB na capital que represente e fale em nome de toda a juventude paulistana.
PRB Capital SP: Para você, qual a importância de movimentos como o PRB Juventude?
LP: Tem muita gente atuando por meio de movimentos sociais, mas, infelizmente, estas ações caminham distante da representação pública. O PRB Juventude faz com que a extensão entre as necessidades da juventude e os parlamentares diminua. Militar por meio do PRB aproxima a juventude cidadã dos seus representantes. O jovem hoje tem feito política, mas está distante do movimento partidário e isto, consequentemente, distancia da representação política. O PRB Juventude é importante porque conscientiza politicamente, inspira o jovem a participar da política e é a ferramenta democrática de luta pelos direitos da juventude. Quando o jovem sai para a rua com a camisa 10, ele sabe que a voz dele será ouvida e isso se refletirá em leis nas assembleias legislativas, nas câmaras municipais e federal e no senado federal.
PRB Capital SP: Uma das bandeiras do PRB Juventude é promover o ideal de eleger mais jovens para ocuparem cargos e funções públicas. Como o PRB Juventude em SP pretende alcançar isso?
LP: Antes de discutirmos o nome ou a pessoa ideal para essa representação, primeiro estamos trabalhando as bases. Um representante público não se sustenta por si só. É preciso trabalhar das bases para a representação e não da representação para as bases. É isto que o PRB Juventude está fazendo na capital. Estamos seguindo a orientação do nosso presidente nacional, Marcos Pereira, e do nosso coordenador nacional, Renato Junqueira. Em primeiro lugar vem o interesse do povo, depois o interesse partidário e depois o interesse pessoal.
O PRB Juventude em São Paulo está investindo nas coordenadorias zonais e construindo um trabalho sólido, porque este trabalho vai refletir na campanha do majoritário. Temos, ainda, o período de discussão de quem será ou quem serão os representantes jovens do legislativo em São Paulo. Mas uma coisa é certa: este trabalho de base é feito com muito suor, rodando quilômetros e quilômetros, gastando muita energia, trazendo pessoas para o nosso partido. E temos a certeza que construindo uma base sólida na juventude, quando surgir o nome da pessoa que será nosso representante no legislativo na câmara municipal de São Paulo a pessoa terá sustentação no seu mandato, porque haverá milhares de jovens envolvidos com esta construção.
PRB Capital SP: Como e quando começaram suas ações junto à juventude? Fale-nos um pouco sobre o seu histórico nesta área.
LP: Aos 15 anos, em uma instituição religiosa no bairro do Jardim Ângela, fui convidada a dar aula para um grupo de pré-adolescentes. Nesta época, entre 1993/94, eu já realizava diversas ações, dentre elas visitas em asilos e orfanatos. Conheci o Peterson Pepe, meu marido, que também é apaixonado pelo trabalho com jovens. Sempre fomos assim, dedicados em tudo que fazemos e buscamos sempre a excelência. Juntos pretendemos fazer uma grande jornada. Em 2007, realizamos várias ações para milhares de jovens na capital paulista. Criamos oficinas gratuitas de dança, teatro, música, aulas de inglês e espanhol com professores voluntários. Em 2011, participamos de um coletivo religioso no Capão Redondo onde fui ordenada a pastora e tínhamos um compromisso de cuidar do grupo de jovens que chamava OVERJesus na mesma época em que surgia a associação FORHope.
Atualmente, as ações da FORHope estão presentes em toda capital de São Paulo, além da Grande São Paulo e ABC. Incentivamos os jovens a despertarem seus talentos culturais e artísticos e de empreendedorismo. Participamos de ações de moradia com arrecadações de roupas, alimentos e material higiênico. Somente nesse movimento, atendemos 110 famílias. Hoje sigo com o foco na vida pública, especificamente na representação e políticas públicas para juventude, formando e capacitando coordenadores para o PRB Juventude em São Paulo.
PRB Capital SP: Fale-nos um pouco sobre sua formação e atuação profissional.
LP: Sou graduada na área de tecnologia e pós-graduada em Criação Publicitária e Planejamento de Propaganda. Sou sócia numa empresa de tecnologia. Atualmente, atuo em projetos de qualidade de softwares. Atendemos diversos segmentos como o financeiro, farmacêutico, varejo, automobilístico, setor público, educacional e outros. Mas nem sempre foi assim.
Comecei a trabalhar muito nova. Fui babá, distribuí panfletos no farol, fui recepcionista, trabalhei como caixa em supermercado. Já fui vendedora de sapatos e roupas e já trabalhei na área de produção de chocolates. E então, por incentivo dos meus pais, me matriculei em um curso técnico em administração e comecei a fazer estágios na área administrativa. Tenho orgulho de tudo que fiz, sou grata aos meus pais por sempre me apoiarem e me ajudarem em cada etapa da minha formação.
Hoje dou muito valor a tudo que conquistei, pois foi conquistado com muito suor. Quando passo no farol e vejo jovens panfletando, sei valorizar porque conheço e vivi aquela realidade, eu já estive naquele lugar… Incentivo sempre os jovens a conquistarem seu espaço na área profissional. Quanto mais rápido o jovem faz um curso, trabalha e dedica seu tempo pensando em crescer, mais rápido ele conquistará seu espaço.
PRB Capital SP: Como essas atividades do seu dia-a-dia se interligam com as causa da juventude?
LP: Basicamente, inspiro e respiro juventude. Toda minha vida, hoje, está focada na nossa atuação nas políticas públicas para os jovens na cidade de São Paulo. Embora ainda dedique parte do meu tempo na gestão do meu trabalho e com a minha empresa, todo o meu tempo extracomercial e os finais de semana são dedicados na construção da militância jovem. Dentro destas atividades, incluo reuniões diárias para formação de novos militantes, atendo as demandas da juventude local, promovo palestras em escolas e em instituições religiosas e projetos culturais. A minha vida pessoal está em terceiro plano, porque estou realmente dedicada aos projetos do PRB para a cidade de São Paulo. Em primeiro lugar, focamos no povo e nas necessidades da juventude na capital. Em segundo lugar, focamos na construção partidária e, em terceiro lugar, em nossos anseios pessoais.
PRB Capital SP: O seu marido, Peterson Pepe, é o coordenador estadual do PRB Juventude em São Paulo. Como e quais ações procuram tomar em conjunto para o funcionamento e progresso do movimento?
LP: O Pepe tem dado autonomia aos coordenadores municipais. Sempre respeitando a visão partidária e a direção nacional, porém, dando espaço para colocar minha identidade na coordenação do movimento na capital. É isto que estamos fazendo em São Paulo. Mesmo com minha aproximação familiar com o Peterson, tenho conduzido o projeto conforme minha individualidade. É desta maneira que vamos caminhar juntos em relação aos eventos estaduais e nacionais. São Paulo é uma cidade muito importante para o partido e deve ter uma agenda mais atuante, mais agressiva. O Peterson tem uma visão macro. Ele tem olhado com atenção não só para são Paulo, mas para as outras cidades que também têm pré-candidato a prefeito. Na capital estamos seguindo a meta de ocupar uma cadeira no legislativo, trabalhar com os movimentos da juventude para ampliar a votação do nosso pré-candidato a prefeito, Celso Russomanno. no segmento da juventude. Obviamente, temos a oportunidade de dialogar mais, de ter uma sinergia maior, o que aumenta minha responsabilidade diante dos resultados para a capital.
PRB Capital SP: Quem é a Luciana quando não está atuando em movimentos sociais?
LP: Exatamente a mesma. Não me identifico em mim apenas, me identifico no outro. Quando escolhi a vida pública, decidi me realizar por meio da realização das outras pessoas. Eu me satisfaço quando vejo a transformação de um jovem, que antes não podia ou não sabia como realizar um determinado desejo, e, com minha interferência, realiza seu sonho. Sou uma pessoa normal. Sonhadora e determinada. Encontro na fé a força para vencer os desafios diários. Sou apaixonada pela vida e, é claro valorizo meus ideais, que são os ideais republicanos.
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Por: Fábia Zuanetti – Coord. Ascom PRB/SP
Fotos: Lucas Campos / Arquivo Pessoal