Além de parabenizar a equipe pela medalha de ouro nos Jogos Pan-Americanos de Toronto 2015, Hilton expôs o desejo de tornar as atletas “embaixadoras” da modalidade pelo país. “Vocês não sabem como vibramos com a conquista do Pan. O desempenho da seleção foi inquestionável e o futebol feminino está crescendo graças a vocês. Mas, ainda temos o desafio de criar uma cultura futebolística entre as mulheres no Brasil e a gente quer que vocês se tornem verdadeiras embaixadoras, dando o nome a campeonatos amadores, entregando os troféus, para que consigamos despertar o interesse nas jovens atletas e revelar novos valores”, afirmou o ministro para a comissão técnica e jogadoras brasileiras.
Desde o início do ano foi formada uma equipe permanente visando à preparação para os Jogos Rio 2016. Para o técnico Vadão, esta foi a melhor estratégia para fortalecer a seleção. “O futebol feminino não tem uma base, as meninas passam a ter orientação depois dos 16, 17 anos. Então há um déficit, principalmente em relação às grandes equipes. Optamos pela seleção permanente, para conseguirmos ter um avanço tático e físico, só assim vamos competir nas Olimpíadas com força”, analisa.
O treinador acredita que o Brasil está em condições de lutar pelo pódio. “Passamos a ter chances de brigar por medalhas. As meninas tem uma boa atitude, estão confiantes e sabemos que trabalhando, embora seja um sacrifício grande, porque ficamos muito tempo confinados, temos tido uma evolução e é isso que precisamos para as Olimpíadas”, completou.
Preparação
A primeira etapa da preparação rumo a 2016 foi concluída com as disputas da Copa do Mundo, quando a equipe foi eliminada pela Austrália nas oitavas de final, e dos Jogos Pan-Americanos, que terminou com as brasileiras no lugar mais alto do pódio após vitória contra a Colômbia por 4×0.
Jogadora mais experiente da seleção, tendo disputado seis Copas e cinco Olimpíadas, a volante Formiga aponta os avanços do time, como a capacidade de mudar de esquema tático. “Quem assistiu aos jogos do Mundial e do Pan viu que a gente cresceu bastante. Antigamente a gente se adaptava mais facilmente no 4-4-2 e hoje conseguimos jogar de outras maneiras”.
Evolução também vista pela lateral Maurine, confiante que o esforço que vem sendo feito pelas atletas será recompensado. “A preparação aqui é bem puxada, a gente treina de segunda a sábado, mas acredito que isso tudo vai valer a pena, para a gente se apresentar muito bem nas Olimpíadas. Por isso foi feita a seleção permanente, temos nutricionista, trabalho físico e técnico”, apontou.
O Centro de Treinamento em Itu abrigou a seleção do Japão durante a Copa do Mundo de 2014. O local possui uma área de 140 mil m² com dois campos oficiais, hotel, restaurante, academia, espaço para tratamento médico, fisioterapia e massagem, além de salas de reunião.
Após o duelo no dia 19 de setembro contra a França, em Le Havre, a seleção permanente será desfeita para que as jogadoras disputem o Campeonato Brasileiro de 2015. Elas voltarão a se reunir para os amistosos contra os Estados Unidos em outubro e para dois jogos frente à Nova Zelândia, em novembro. No último mês do ano, o calendário prevê a disputa da oitava edição do Torneio Internacional de Futebol Feminino, que desta vez será realizado na Arena das Dunas, em Natal. A equipe permanente volta a se concentrar no início de 2016.
Investimentos
O trabalho de fortalecimento das categorias de base passa pela realização de torneios como a Copa Brasil Universitária de Futebol Feminino (CBUFF), que terminou este mês. Organizada em parceria entre o Ministério do Esporte e a Confederação Brasileira de Desporto Universitário (CBDU), a competição reuniu 700 atletas das 27 unidades da Federação e recebeu R$ 2,4 milhões de investimentos federais.
Um bom desempenho no Rio e o apoio do governo federal são fatores que ajudarão o país a formar mais jogadoras, segundo analisou Formiga. “O futebol feminino está virando realidade no nosso país e nada melhor que ver o Ministério do Esporte nos ajudando, fazendo com que as federações acreditem mais na modalidade. Eu fico feliz, porque quando comecei muitas meninas não tiveram o que temos hoje. Quem está chegando agora está tendo oportunidade de mostrar seu futebol”, destacou George Hilton.
Outro importante apoio do Ministério do Esporte se dá pelo Programa Bolsa Atleta, que beneficia 116 jogadoras do futebol feminino, o que representa um investimento anual de R$ 1,6 milhão.
Texto: Gabriel Fialho / Ascom – Ministério do Esporte
Edição: Agência PRB Nacional de Notícias
Fotos: Francisco Medeiros / Ascom – Ministério do Esporte