A saúde pública brasileira tem um retrato vergonhoso. Não adiantam meias palavras. Temos exemplos de excelência em muitas áreas de medicina, é verdade. Porém, são exceções.
A dura realidade que temos aqui é feita de filas, falta de vagas, doentes deitados em macas nos corredores e toda a espécie de desumanidade. Não por conta dos servidores, mas pela falta de condições de trabalho.
Dados recentes apontam que 80% da população brasileira utiliza o SUS. Se você escutar alguém dizer que temos problemas de dinheiro na saúde, pode desconfiar. Esta pessoa não sabe o que está dizendo. Em 2018, a previsão orçamentária da área é de R$ 336 bilhões.
É difícil de acreditar, mas 20% do orçamento é gasto com a manutenção e desenvolvimento dos sistemas existentes. São mais de 600, operando sob a gestão do Ministério. É urgente criar um padrão e simplificar toda a cadeia que envolve o setor.
Com tecnologia e gestão, teremos uma mudança radical em todos os atendimentos. Temos de iniciar uma nova era na saúde pública brasileira. Será um sistema de gestão moderno e eficiente, como base em dados de pacientes do país inteiro. Além disso, uma gestão eficiente vai evitar desperdícios na compra de materiais e permitir sua a distribuição correta.
Ideias para a área precisam envolver um estudo de bons exemplos de saúde pública, como os modelos inglês e francês. Sem esquecer de uma reforma administrativa. Essa reforma irá liberar recursos para o reajuste da tabela do SUS, para atrair novos médicos ao sistema. Outros pontos dizem respeito ao uso de aplicativos e teleconferências para facilitar a relação médico-paciente. Isto não substitui o médico, apenas facilita o acesso a ele.
Temos uma conta cara e a população tem um péssimo retorno. Essas ideias visam melhorar este panorama com o dinheiro que já temos. Acredite. É possível fazer uma revolução na saúde com tecnologia e gestão.
*Flávio Rocha é empresário e pré-candidato à Presidência da República pelo PRB