A transição entre a estagnação promovida pela necessidade de distanciamento social e o dinamismo com que sempre conduzimos nossas vidas, requer que façamos a lição de casa
Depois de quase 80 dias de uma quarentena marcada pela interrupção abrupta das atividades econômicas e alterações importantes nas normas de convívio social, a Cidade de São Paulo inicia uma abertura gradual, permitindo a retomada do comércio e sinalizando um retorno – ainda que distante – do nosso cotidiano antes do surgimento da Covid-19.
São Paulo, a Cidade que não pode parar, praticamente parou. Agora, a transição entre a estagnação promovida pela necessidade de distanciamento social e o dinamismo com que sempre conduzimos nossas vidas, requer que façamos a lição de casa de maneira atenta e diligente, sem hesitações e sem margem para recuos.
Nesse sentido, continuaremos com as reivindicações pelas quais lutamos desde os primeiros indícios decorrentes da crise sanitária. Não abrimos mão de ver atendidos os pedidos que endereçamos ao Prefeito Bruno Covas, os quais ainda se fazem necessários e atuais.
Continuamos defendendo a criação de unidades sentinelas, voltadas exclusivamente ao atendimento de suspeitas de coronavírus, por profissionais treinados e capacitados; a criação de plataforma inteligente para coleta dos dados de forma regionalizada com informações disponíveis para o acompanhamento dos cidadãos; a ampliação da distribuição de máscaras doadas pela iniciativa privada à população; a instituição de Inquérito Epidemiológico; a criação e disponibilidade de chat Coronavírus para prestar esclarecimentos aos munícipes; a realização de mapeamento regionalizado, por Grupo de Trabalho composto por Subprefeitos de cada região, agentes de fiscalização e agentes indicados pela Coordenadoria de Vigilância Sanitária e Secretaria Municipal de Saúde para ações integradas, aliados à testagem rápida para a identificação do avanço do vírus Sars-CoV-2, causador da Covid-19.
Também consideramos de primordial importância que as subprefeituras continuem promovendo a conscientização por intermédio de carros de som, bem como que seja dada continuidade à fiscalização para assegurar que os protocolos aprovados pelas autoridades sanitárias sejam devidamente observados.
Nessa nova fase, consideramos ainda mais necessária a destinação de testes para as Unidades Básicas de Saúde, assim como a destinação de equipes para realizar testes em pessoas que residam nas regiões periféricas e afastadas com dificuldades de locomoção temporária ou permanente.
Protocolizamos cada um destes pedidos junto à Prefeitura, e não deixaremos de acompanhar a execução enquanto perdurar a situação atual.
Complementarmente, permanecemos abertos à população para mediar suas demandas, a exemplo do que estamos fazendo com o Sindicato dos Camelôs Independentes de São Paulo, cujos representantes levamos ao Gabinete do Prefeito em audiência recente.
Acompanhar de perto a situação dos trabalhadores na busca do seu pão de cada dia é, juntamente com as ações de cuidado e prevenção, o nosso maior foco, pois sabemos que a conta vai chegar e o Poder Público não pode ficar indiferente ao clamor daqueles que com o suor dos seus rostos, provém a subsistência de suas famílias.
O novo normal exige o desenvolvimento de uma nova cultura no tocante aos protocolos sanitários, mas exige, sobretudo, o empreendimento de esforços que assegurem aos trabalhadores medidas que possam minimizar as perdas decorrentes dessa crise sem precedentes na história contemporânea.
*José Souza Santos é vereador na cidade de São Paulo