A vida é feita de caminhos, de vários deles. Isso significa que as coisas só fazem sentido se estiverem em movimento. Assim como o rio, cujo o andar das águas ajuda a transportar a fertilidade das montanhas para os vales, precisamos estar sempre em movimento, buscando lugares e ocupações nas quais possamos ser úteis.
Há quatro anos recebi a oportunidade de servir ao meu país e ao meu povo como presidente da Fundação Republicana Brasileira. Sua missão? Nada mais do que “formar cidadãos” para a nossa jovem democracia. As ferramentas? Pessoas com boa vontade de compartilhar conhecimento e a infinita disposição de rodar o Brasil para conversar com qualquer um que quisesse ouvir e falar sobre política.
O início foi modesto. No entanto, a estrutura simples e os poucos recursos foram compensados pelo trabalho voluntário, pela vontade de transformar e pelo carinho com o outro.
Bastava uma pequena provocação para que todos fossem logo pensando e debatendo conceitos de bem comum, democracia, direitos, deveres e políticas públicas. E mesmo que as coisas parecessem difíceis e abstratas no começo, logo o povo ia percebendo que não estávamos falando nada mais além dos problemas cotidianos de qualquer um.
Juntos, fomos descobrindo que mudar as coisas não é algo que vem de cima para baixo. A transformação efetiva só acontece quando a maioria das pessoas se envolve e trabalha por algo melhor. Bons cidadãos criam bons governos e nunca o contrário.
Nesse caminho, fizemos tudo com muita humildade e ética, afinal, sabemos que o principal professor é o exemplo. Tentei falar e propiciar as melhores condições possíveis para que uns ensinassem e outros aprendessem. Dei o melhor de mim e tenho a sensação de dever cumprido.
Obviamente, uma jornada como essa não se faz de forma solitária. A presença dos companheiros e das companheiras trouxe alívio nos momentos de cansaço e incentivo para enfrentar as dificuldades. Sem dúvidas, o trabalho em equipe faz com que experimentemos na prática o sentido clássico da política, que é o de fazer o bem em colaboração com o outro.
Hoje, percebo com satisfação que não existe ponto final para as coisas. O que há são novos começos, novas oportunidades e novas distâncias para serem vencidas. O que plantamos com competência e esforço certamente vai prosperar e os bons cidadãos que ajudamos a formar produzirão outros cidadãos melhores ainda e assim será para sempre. Afinal, é pela obra que homem consegue a sua perpetuação.
Deixo a Fundação para seguir outros caminhos. E desejo a quem fica e a quem chega todo o sucesso e satisfação que fazer o bem pode trazer.
Mauro Silva – presidente da Fundação Republicana Brasileira*
*Mandato: 25/02/2011 a 25/02/2015