Enfim, a Copa do Mundo vai começar. Há 7 anos, quando foi anunciado que o Brasil seria a sede do Mundial, os brasileiros vibraram com a expectativa de trazer para terras brasileiras um evento tão importante, e sonharam com os benefícios e as melhorias que ele traria consigo: transporte público, segurança, saúde, infraestrutura, educação.
Os anos foram passando e nada aconteceu. As constantes notícias sobre atrasos e superfaturamento das obras, os problemas sociais de sempre, continuavam a atormentar o cidadão que um dia sonhou com uma infraestrutura mínima de qualidade. De repente ficou claro para nós brasileiros que, ao invés de trazer os benefícios prometidos, a Copa do Mundo apenas extraiu dos cofres públicos o dinheiro dos nossos impostos – e boa parte dele escoou pelo ralo da corrupção.
Resultado? Revolta, descontamento e, logo, eclodiram as manifestações de junho de 2013. Com o aumento de vandalismo durante as passeatas, a adesão diminuiu, mas a insatisfação permaneceu. Mesmo a festa de abertura da Copa não teve força suficiente para reverter este quadro. A verdade é que o espírito patriota perdeu força em meio a tamanha desilusão do que poderia ter acontecido e não aconteceu. Do que poderia ter melhorado e não melhorou.
É verdade que a chamada ‘indústria do turismo’ movimenta bilhões de dólares, gera milhares de empregos, qualifica os profissionais e aumenta a cultura da população, mas sou radicalmente contra usar dinheiro público para a construção dos estádios.
O dinheiro público deve ser usado para garantir serviços públicos de qualidade. Parece óbvio? Para o governo não. A saúde pública, por exemplo, está uma lástima. O cidadão espera meses por uma consulta especializada, quase um ano ou mais por um exame de ressonância magnética, tomografia, entre outros. Este é o caos a que estamos submetidos.
Até mesmo aqueles que tem um pouco de condição para adquirem um plano de saúde estão fadados ao mesmo destino, pois os planos e seguros saúde muitas vezes violam os direitos do consumidor, com a justificativa de que a saúde pública está ainda pior.
Apesar de tudo, como brasileiro, torço pelo meu país. Desejo que nossos jogadores e comissão técnica tragam o hexa para o Brasil e alegrem o coração de milhões de brasileiros apaixonados.
Ainda tenho a esperança que, independentemente de qualquer evento esportivo, nossos governantes pensem de verdade nas necessidades do população e façam este país crescer, não por interesses políticos ou pessoais, mas apenas por amor à pátria.
Vamos em frente Brasil!
Celso Russomanno
Especialista em Direito do Consumidor