Para além da questão do desemprego, outro ponto que ficou claro com a chegada do Coronavírus no Brasil foi a dificuldade que muitas famílias tiveram para se organizar financeiramente
No ano de 2019 criei o Projeto de Lei 1011/2019, que tem como objetivo a obrigatoriedade da implementação da educação financeira na grade curricular do ensino público estadual de São Paulo.
Caso o projeto seja aprovado e sancionado, as escolas irão lecionar os conceitos básicos de educação financeira para crianças, adolescentes e jovens do Ensino Infantil, Fundamental e Médio, por meio de conteúdo prático, brincadeiras, jogos lúdicos e interativos.
A ausência da educação financeira tem se tornado um grande problema para a população brasileira, durante o isolamento social ocasionado pela pandemia de Covid-19 a situação só se agravou.
Com a paralisação da maioria das atividades trabalhistas, a economia do país foi fortemente abalada e muitas empresas se viram obrigadas a diminuir seu quadro de funcionários, assim como outras precisaram encerrar suas atividades ante as dificuldades financeiras do período.
A situação também ficou complicada para profissionais autônomos e para famílias de baixa renda, isso porque grande parte dessas pessoas dependia exclusivamente da renda de um dos membros da família, que por sua vez ficaram desempregadas ou precisaram encerrar trabalhos independentes.
Para tentar diminuir o impacto negativo causado por essa mudança na economia, o Governo Federal em conjunto com Estados e Municípios, criaram por meio da Lei 13.982/2020, o auxílio emergencial que previa o repasse de R$ 600 mensais para trabalhadores informais e de baixa renda, micro empreendedores individuais e contribuintes individuais do INSS – Instituto Nacional do Seguro Social.
A princípio o programa tinha previsão mínima de pagamento de três parcelas, mas no fim do mês de junho de 2020, a 4ª e a 5ª parcelas foram autorizadas, fazendo com que o auxílio beneficiasse cerca de 54 milhões de brasileiros.
Todavia, com o fim da ajuda oferecida pelo governo e também com o afrouxamento do isolamento social, muitas pessoas voltaram aos seus postos de trabalho e tantas outras desempregadas precisaram se reinventar para tentar gerar renda e manter a si e as suas famílias financeiramente.
Para além da questão do desemprego, outro ponto que ficou claro com a chegada do Coronavírus no Brasil foi a dificuldade que muitas famílias tiveram para se organizar financeiramente em meio a uma situação não prevista.
Mas não podemos colocar a culpa apenas no isolamento social, um levantamento feito pela CNDL- Confederação Nacional dos Dirigentes Lojistas em conjunto com o Serviço de Proteção ao Crédito- SPC Brasil, divulgado em janeiro de 2019, apontou que 62 milhões de brasileiros estavam com o CPF negativado em dezembro do ano anterior. É importante salientar que a maior frequência de negativados continua entre a faixa etária dos 30 a 39 anos, o que corresponde a 51% da população com essa idade.
Diante deste cenário, acredito que a educação financeira é fundamental para mudar a situação econômica do país. É importante que as crianças tenham conhecimento do papel que o dinheiro desempenha em nossas vidas visto que vivemos em uma sociedade capitalista e a maioria das ações que tomamos envolve o uso do dinheiro.
*Edna Macedo é deputada estadual pelo Republicanos SP