Dois textos de opinião publicados ontem pelos dois principais jornais do País, O Estado de São Paulo e Folha de S. Paulo, abordam de diferentes maneiras um assunto em comum: o papel dos partidos políticos no processo democrático e o desafio de convencer a população da sua verdadeira importância. Compartilho no fim desta mensagem os respectivos links.
O Estadão traz a análise do professor Marco Aurélio Nogueira, da Unesp, publicada originalmente na edição brasileira do Journal of Democracy. Em um dos trechos, ele afirma que os “partidos são estruturas importantes, permanecem como personagens centrais do jogo político e parlamentar, mas perderam protagonismo como agentes de mobilização, educação política e formatação da cidadania”.
Como contraponto, preciso afirmar que o Republicanos cumpre seu papel com muita responsabilidade. Além de nos reposicionarmos com a mudança do nome do nosso programa partidário, hoje muito mais claro sobre o que pensamos do que antes, nunca deixamos de investir em formação política e educação. Por meio da Fundação Republicana Brasileira (FRB), já atendemos mais de 20 mil pessoas, presencialmente e a distância, com cursos inteiramente gratuitos.
Somos também o primeiro e único partido a implantar uma faculdade reconhecida pelo Ministério da Educação. A Faculdade Republicana já está em funcionamento desde o meio deste ano com um curso de graduação e três pós-graduações. Nosso objetivo é ampliar o número de cursos e abrir polos presenciais e EAD o mais rápido possível.
O professor diz também que “a derrocada dos partidos (…) passou a reforçar a ideia de que a democracia representativa ingressou em crise de igual proporção, com a ampliação da fuga dos eleitores, aumento do desinteresse político da população e a desvalorização das eleições como método para a escolha dos governantes”.
Preciso discordar. Nossa democracia é recente, com 31 anos após o fim do período militar, e os brasileiros historicamente não se identificam com partidos, salvo algumas exceções. A verdade é que estamos consolidando esse processo e hoje, mais do que antigamente, percebe-se as pessoas muito mais engajadas, especialmente com a horizontalização do acesso à informação com a internet e as redes sociais.
Com o estabelecimento da cláusula de desempenho e a redução do número de partidos que já aconteceu na eleição de 2018, e que vai avançar pelos próximos dois pleitos (2022 e 2026), as agremiações terão que se posicionar de maneira ideológica e programática para poderem sobreviver. Isso as forçará a criar uma identidade e o eleitor, então, poderá escolher por aquela que mais se aproxima dos seus valores pessoais.
O professor Marco Aurélio Nogueira reconhece que “os principais partidos funcionam e conseguem transferir alguma estabilidade ao sistema político”. Ele afirma que um dos desafios atuais é justamente provar para a sociedade que podem permitir o acesso das pessoas ao processo decisório. Concordo com ele. Mas para isso o cidadão precisa se envolver e participar da vida partidária. Esse é um outro desafio que se torna ainda mais difícil quando falamos de mulheres na vida pública.
O texto do Estadão termina afirmando que “o poder de transformação ‘ainda’ passa pela política. Ou seja, o tão almejado empoderamento do cidadão passa necessariamente pela política, que é também a política partidária. Quando se rejeita esse caminho, a participação política torna-se uma utopia, frustrando expectativas e reforçando ainda mais o círculo vicioso do alijamento do cidadão do poder público”.
Eu termino dizendo que, apesar da compreensível frustração das pessoas com nosso sistema, qualquer coisa fora da democracia pode ser muito pior. Meu desejo, e o trabalho do nosso partido, o Republicanos, é justamente de nos conectarmos cada vez mais com a sociedade, em especial com os cidadãos que acreditam naquilo que nós acreditamos.
Estamos amadurecendo como democracia, como nação, e o papel dos partidos políticos é essencial neste processo. As agremiações que se posicionarem e conseguirem se comunicar com a sociedade a respeito do que elas pensam conseguirão sobreviver. Por isso eu peço que cada um de vocês, republicanos de todo o Brasil, possa levar nossa mensagem e nossa bandeira de Norte a Sul, de Leste a Oeste, com responsabilidade e amor ao País.
Links: O Estado de São Paulo e Folha de S. Paulo.
Boa semana a todos.
Marcos Pereira
Presidente Nacional do Republicanos
Vice-Presidente da Câmara dos Deputados
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