Justiça no esporte: Altair Moraes e Ana Paula Henkel debatem projeto de lei que preserva lugar das mulheres

 
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O deputado estadual Altair Moraes (Republicanos) comandou na segunda-feira (14/10), na TV Alesp, o programa Em Discussão Convida com a participação da Ana Paula Henkel, ídolo do voleibol feminino brasileiro. Na pauta o projeto de lei 346/2019 que estabelece o sexo biológico como único critério de gênero nas partidas esportivas oficiais no Estado de São Paulo.
O republicano aproveitou o início do programa para falar da discussão em torno da proposta. “Esse projeto esta dando muita repercussão e muita polêmica. Acredito polêmica, por falta de conhecimento porque quando protocolei esse projeto, fiz com muita consciência do que estava fazendo. Não foi ‘achismo’”,  salientou.
A ex-jogadora de vôlei, Ana Paula, é uma das principais apoiadoras do projeto de lei do deputado estadual Altair Moraes. A atleta iniciou uma luta em defesa do lugar da mulher no esporte há cerca de dois anos, quando uma atleta trans passou a integrar um time de voleibol feminino em São Paulo. “É preciso deixar claro que o tema tem que sair da esfera da tolerância, do preconceito e da ideologia. Porque o esporte é o campo mais tolerante que tem, ele não discrimina religião, cor, raça, credo ou nacionalidade. O Esporte tem um pilar muito forte, que é o pilar da ciência, da biologia humana, do XX e do XY, o masculino e o feminino”, lembrou.
Foi rebatido durante o programa o artigo feito pela médica transexual Joana Harper, com apenas 4 atletas transexuais corredoras, que motivou o Comitê Olímpico Internacional a recomendar a participação de atletas transexuais em partidas oficiais. “Ressalte-se aqui que foi uma entrevista sobre mudanças comportamentais, não um estudo cientifico, biológico, fisiológico ou anatômico”, disse Altair Moraes.
“Ela fez um artigo sem embasamento científico, foi um estudo comportamental, não considerando nenhum outro esporte, principalmente os esportes de força física de luta. Como é que você vai desconstruir toda uma carga genética masculina de força física?”, indagou Henkel.
A atleta trouxe dados comparativos da Federação Americana de Atletismo e da Federação Americana de Natação com atletas de 6 anos de idade, feminino e masculino, de 100 e 200 metros, que comprovam que a diferença de tempo entre os meninos e as meninas já é grande. Os números mostram que essa diferença se potencializa com o passar dos anos. Os dados comparativos são feitos até os 20 anos idade dos atletas, o que comprava que a diferença só vai aumentando.
A velocista norte-americana Florence Griffith-Joyner, recordista mundial dos 100, com a marca de 10s49, tempo considerado irrealizável, que alcançou o auge nos Jogos Olímpicos de Seul, em 1988, quando quebrou o recorde dos 200 metros duas vezes, cravando na final os 21s34 que resistem até hoje. A questão é que mais de 700 garotos, de 16 anos de idade, do campeonato americano do High School, equivalente ao ensino médico brasileiro, já bateram o recorde da maior velocista feminina do mundo.
“A separação existente no esporte em atenção do peso, idade e sexo se justificam de longa data para colocar em competição atletas com semelhantes constituições físicas, portanto, respeitar as características fisiológicas de cada sexo é assegurar idoneidade às competições esportivas. Estamos falando de esporte de alto rendimento, onde se ganha uma competição por milésimos de segundo. O lugar da mulher no Esporte tem que ser respeitado”, finalizou o parlamentar.
Texto: Miriam Silva e Vanessa Palazzi
Foto: Miriam Silva