Embora o presidente do Tribunal Superior Eleitoral, ministro Gilmar Mendes, ache baixo o índice de abstenção registrado nas eleições do último domingo ao estabelecer comparação com o pleito presidencial de 2014, não dá para não considerar como fato significativo a falta de 17,58% do eleitorado brasileiro nas urnas para escolher prefeitos e vereadores. O número corresponde a nada mais, nada menos que 25 milhões 73 mil e 27 eleitores que deixaram de votar. Vale destacar que o total de pessoas aptas ao voto foi de 144 milhões.
Proporcionalmente, os eleitores do estado do Rio de Janeiro foram os que mais deixaram de comparecer às urnas, no domingo. O índice foi de 21,54% por cento de abstenção, o que representa mais de 2 milhões e 600 mil eleitores. O estado de Rondônia ficou em segundo lugar no ranking de abstenções, com 20 vírgula 99 por cento. Já os paulistas ocuparam a terceira colocação entre o eleitorado apurado, com comparecimento de 79,27% dos eleitores e, consequentemente, 20,73% de ausências.
O ministro também considerou que os dados sobre votos brancos e nulos não são relevantes, por não indicarem mudanças no comportamento do eleitor em relação às votações anteriores. Segundo o presidente do TSE, a preferência do eleitor por votar em branco é mais um “voto de desinformação do que de protesto”.
O que é imprescindível observar é que em nove capitais, o número de votos branco, nulos e de eleitores que não compareceram foi maior do que o candidato que ficou em primeiro lugar. A situação aconteceu nos dois maiores colégios eleitorais do país. Em São Paulo, João Doria, do PSDB, ganhou a eleição no primeiro turno com 3 milhões 85 mil e 187 votos. O número é menor do que a soma de votos brancos e nulos, e de abstenções, que foi de 3 milhões 96 mil e 304. No Rio de Janeiro, a situação também se repetiu. Mesmo que fossem somados os votos de Marcelo Crivella, do PRB, e de Marcelo Freixo, do PSOL, que passaram para o segundo turno, o número ainda é menor do que o de votos inválidos e ausências.
O número de abstenções, em todo o país, não pode ser minimizado. O fato é importante e precisa de atenção. A verdade é que a crise política nacional e a sucessão de denúncias envolvendo casos de corrupção conduzem o eleitor a se desinteressar pelas eleições. Isto sem contar com os frequentes discursos dos candidatos, com a promessa de trabalhar pelos que mais precisam, privilegiando o assistencialismo, ao invés de destacar programas pelos que mais merecem.
O Brasil precisa reconquistar o eleitor e isso só será possível com o fim da corrupção, mas também com propostas de desenvolvimento cultural, humano e econômico, com mais educação, geração de empregos e incentivos reais, palpáveis, ao empreendedorismo.
Gostaria de citar aqui, também, o desempenho do Partido Republicando Brasileiro (PRB), o meu partido, nestas eleições. Diferentemente da maioria das legendas, o PRB foi um dos que mais conseguiu ampliar o número de prefeitos em todo o país. De 78, em 2012, saltou para 105 este ano, o que representa um aumento de 35,8% de prefeitos eleitos.
O número de vereadores também aumentou para 527 mil, o que representa um crescimento de 26,5%, em comparação a 2012, quando elegeu 207 mil. Na maior capital, São Paulo, o partido reelegeu dois vereadores e conquistou, no total, quatro cadeiras no legislativo. Foram eleitos ainda 145 vice-prefeitos e, em 22 capitais, o partido elegeu 37 vereadores, sendo oito mulheres.
Minas Gerais foi o estado com o maior número de eleitos: 27 prefeitos e 253 vereadores. Em segundo lugar, vem São Paulo com 14 prefeitos e 239 vereadores. Maranhão fez 14 prefeitos e 124 vereadores e Bahia, 9 prefeitos e 143 vereadores.
A participação do PRB nestas eleições foi efetiva. O partido disputou vagas de vereadores e prefeitos em 3 mil e 3 municípios em todas as 26 unidades da federação em que houve eleições, com 434 candidatos a prefeitos, 494 a vice-prefeito e 17 mil 104 candidatos a vereador. É importante ressaltar também que em 2012, o número de republicanas na disputa eleitoral foi de 4 mil candidatas. Nestas eleições a quantidade saltou para quase 6 mil. Um aumento de 42,4% em relação aos registros feitos há quatro anos, o que aponta para a consolidação da participação feminina no processo eleitoral.
O PRB também marca presença no segundo turno em seis cidades. O partido disputará a prefeitura do Rio de Janeiro com o senador licenciado Marcelo Crivella. O republicano foi o mais votado no primeiro turno, deixando para trás, inclusive, o candidato Pedro Paulo, do PMDB, apoiado pelo atual prefeito Eduardo Paes e que tinha 15 partidos na coligação. Crivella enfrentará o deputado estadual Marcelo Freixo, do PSOL.
Ainda no Estado do Rio de Janeiro, o Partido Republicano Brasileiro disputa as prefeituras de São Gonçalo, o segundo maior colégio eleitoral do estado; e de Volta Redonda, a única cidade da região Sul Fluminense que vai escolher seu representante no segundo turno.
Em São Paulo, o PRB levou a decisão para o segundo turno em Diadema. No Rio Grande do Sul, a legenda disputa em dois municípios: Caxias do Sul e Canoas, segundo e terceiro maiores colégios eleitorais do estado.
O desempenho do Partido Republicano Brasileiro não é obra do acaso ou da sorte, mas da força e determinação de cumprir compromissos firmados com a sociedade. Muitas siglas crescem, mas poucas se sustentam. O PRB honra os votos conquistados. O PRB preza pela ética, verdade e transparência.
Vinicius Carvalho
Deputado Federal pelo PRB/SP